O trauma

Então, flashes de lembranças começaram a surgir em minha mente, o programa, a pista, o salto e a queda. Olho pra cima e vejo o pessoal do pronto socorro entrando; dei um sinal de que estava tudo bem e falei para eles voltarem; levanto-me vagarosamente, sentindo os olhares me perfurando; meu tornozelo, coluna e cabeça doíam muito, mas não era a hora de desistir e muito menos de sentir pena de mim mesma.
A essa altura a musica já tinha parado, me posicionei novamente no centro do palco, eles religaram a musica e é claro que eu pulei a parte do salto, dei uma improvisada, digamos. Fui bem até o final; sai de lá e a minha treinadora Emy Cammer e minha mãe Rebecca estavam me esperando.

- Filha! Filha vem cá! Tudo bem com você? - minha mãe falou enquanto me cobria com um casaco.

-Tudo, tudo mãe... Só estou um pouco dolorida, mas estou bem. - Fomos caminhando até o telão para acompanhar as notas - Emy - continuei - você acha que ainda tenho chances?

-Olha Nanda, apesar do tombo, você foi muito bem. Pode sim conseguir uma nota boa. - Ela falou enquanto jogava uma garrafa d'agua pra mim.

-Tomara - Peguei a garrafa e sentei em frente ao telão.

Minha mãe chegou com uma sacola com gelo, coloquei em meu tornozelo e elas sentaram também. Eles somaram e um minuto depois mais ou menos, começaram a falar a nota. Descontaram cinco pontos por causa do tombo, mas fora isso, a nota foi boa.
Bem não boa o suficiente pra eu passar as outras concorrentes. Final: Fiquei em 5º lugar.

-Emy! E agora! Ah! Eu queria tanto ir para Miami! - Falei quase chorando

-Ué! E você vai! - Ela disse naquele tom de ' isso é óbvio '

-Tá bom! Não tem como você ir lá e fazer os juízes me passarem pra 3º, ou 2º...

-Eu não, mas você sim.

-Tá bom, pode me dizer como?

-Ué! A segunda parte da competição... Não tá se lembrando?

Como eu fui esquecer! A segunda parte da competição! Ah não! Mas eu não ia passar por aquilo de novo;

-Não Emy! Eu não vou! - Falei levantando do sofá

-Mas, porque Nanda?

-Eu não quero passar por aquela humilhação publica outra vez. Não! Desculpa Emy, não dá!

-Por favor, Emy! Não faça ela entrar lá outra vez! Ela já sofreu de mais, olha o tornozelo, está todo roxo! - Nessa hora, minha mãe que até então estava somente assistindo entrou na conversa, ela pôs os braços em volta de mim, eu respirei fundo e apertei meus olhos pensando no que Emy iria dizer. O que eu esperava que ela falasse, foi totalmente o contrario do que ouvi.

-Tudo bem, não vou te forçar a fazer o que você não quer; até porque não gostaria que fizessem isso comigo. Você já tem 16 anos, e já tem idade o suficiente pra saber o que fazer. Mas se você quer jogar a toalha, desistir de tudo, e inclusive dos seus sonhos; não vai ser eu quem vai impedir. -Ela falou indo em direção a porta

Ela estava indo; eu sabia que isso era um tipo de psicologia reversa, ou algo parecido, mas sabia também que ela não brincava. Tinha menos de 5 segundos pra resolver o que fazer. Olho pra minha mãe e ela me corresponde. Quando Emy pisa na porta, como num gesto quase involuntário, eu grito;

-Emy! Espere! - Ela se vira - Tá, eu topo.

-Sabia que você ia fazer o que certo.

Minha mãe estava com os olhos arregalados

-Eu topo Emy. Mas com uma condição. - eu falei

-Lá vem, han, fala! - Ela disse cruzando os braços



Continua no proximo post!

Quer saber a condição de Fernanda? O que será que vai acontecer? Não perca o próximo post!
Beijos&pãesdequeijo

Kaáh
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